Justiça italiana mantém Carla Zambelli presa por risco máximo de fuga

 A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) permanecerá presa na Itália após decisão da Corte de Apelação do país, que identificou “grau máximo” de perigo de fuga caso a parlamentar seja liberada. A determinação foi divulgada nesta quinta-feira (28/8), um dia após Zambelli passar por audiência com três juízes italianos que analisam o pedido de extradição feito pelas autoridades brasileiras.

A defesa da deputada havia solicitado à Justiça italiana que ela aguardasse em liberdade a decisão sobre sua extradição, requerida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Zambelli foi condenada duas vezes pela Corte brasileira e deixou o país antes de ser presa, buscando refúgio no território europeu. Os magistrados italianos, no entanto, rejeitaram o pedido após avaliar laudos médicos e concluir que a deputada tem condições de permanecer no sistema prisional.

Durante a audiência realizada na quarta-feira (27/8), o procurador de Justiça da Itália alertou os juízes sobre o risco de fuga da brasileira, argumento que foi contestado pela defesa. O advogado Pagnozzi sustentou que Zambelli não possui passaporte italiano nem brasileiro e não tem recursos financeiros disponíveis, uma vez que o ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio das contas bancárias dela e de seu marido.

A avaliação médica realizada por peritos italianos concluiu que a equipe da unidade prisional onde Zambelli está detida “garante a administração correta de terapias farmacológicas, o monitoramento básico e especializado constante da saúde e a administração correta e consistente das terapias estabelecidas”. Segundo relatos da defesa, o responsável pela perícia falou por cerca de dois minutos durante a audiência, limitando-se a afirmar que a deputada “pode continuar em cárcere” sem apresentar justificativas detalhadas.

A parlamentar aguardará na prisão italiana a decisão final sobre sua extradição para o Brasil, onde responde a processos que resultaram em duas condenações pelo STF. O caso representa um marco nas relações jurídicas entre Brasil e Itália, envolvendo uma figura política de destaque que buscou escapar da Justiça brasileira em território europeu, mas encontrou resistência das autoridades locais em conceder-lhe liberdade provisória.